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PERDAS NECESSÁRIAS

by Fabiane Cortopassi

Livro - Coleção 3 Livros Perdas Necessárias + Você Pode Curar Sua Vida + C...

Muito tempo atrás, em uma das minhas visitas às livrarias, provavelmente após uma perda, encontrei o livro “Perdas necessárias” de Judith Viorst. Adoro ler qualquer coisa. Minha biblioteca é eclética e leio os meus queridos mais de uma vez. Mas este é especial.

Este livro fala das perdas que sofremos desde a infância. O nascimento, com a perda da segurança do útero. A perda da inocência. A perda do primeiro amor (a mãe ou o pai). Os animais de estimação. Mas em especial, as perdas que não percebemos.

Tudo nos prepara para as perdas maiores. Os amores, os amigos, as esperanças, muitas vezes e por fim, a morte dos que amamos.

Há um tempo, minha irmã, do perfil @betipietro, do Instagram, me pediu para fazer lives sobre os livros que mais gostei de ler e este, foi um dos que mais me preparou para as minhas perdas pessoais.

Claro que as perdas doem. Todas elas. Me lembro quando tive que abandonar meu bico (muito tempo atrás). Fiquei me preparando dias e resolvi, um dia, aos quatro anos, que já era grande o suficiente para jogá-lo pela janela. Doeu? Claro que sim, mas dores maiores vieram depois. Deixei a cidade onde cresci e todos os amigos que lá tinha. Me mudei para Porto Alegre. Nova escola. Novos colegas. Novos vizinhos. E aí, perdi um pouco daquela inocência de menina do interior. Tive que me adaptar à cidade grande (hoje já não acho tão grande assim, mas naquela época era). Perdi a idealização infantil de pai e mãe perfeitos (ninguém é perfeito) e da família perfeita (todas as famílias têm problemas – algumas menos e outras mais).

Depois, perdi amores. Ideais que eu criava em minha mente, mas que no fim não correspondiam à minha imaginação ou eu não correspondia à deles. Tive um câncer, onde também perdi a minha capa de proteção e percebi, de uma forma incontestável, a verdade da máxima que diz “Para morrer, basta estar viva”.

Mas essa conversa toda é para falar de uma perda recente: MEU PAI.

Assim mesmo, com letras maiúsculas. Ele tinha defeitos. Claro que sim, mas eram todos ofuscados pelo carinho que ele tinha por mim e eu por ele. Esteve presente nos momentos mais importantes e impactantes da minha vida. Me lembro certa vez, eu já tinha quase trinta anos e havia terminado com um namorado e ele me disse: “Vou pegar esse cara e ele vai ver o que é bom, por magoar a minha filha”.

Depois de um câncer que foi tirando aos poucos as alegrias que ele tinha, trazendo muito sofrimento, ele nos deixou, mas são tantos os momentos e as lembranças que é difícil escrever um momento mais especial. Mas se posso deixar aqui uma certeza é de que a saudade é muito grande, mas cada vez que penso nele, o que vem também, são as lembranças e a segurança de afirmar que ele foi o melhor pai que ele conseguiu ser e eu tentei honrar essa benção, sendo a melhor filha que eu podia ser.

Aqui, com os netos em 2007
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