Coluna publicada no Diário Serrano (Jornal Cruz-altense), nos dias 31/05 e 1º/06 de 2024
#JUNTOS SOMOS MAIS FORTES
By Beti Pietro e Fabiane Cortopassi
Moro em Cruz Alta.
Trinta de abril de 2024, a chuva não parava. A capital dos gaúchos ficou bloqueada.
Eu estava lá, cheguei na Rodoviária, mas a orientação era remarcar a passagem. Resolvi esperar…
Naquele dia não imaginava o que estava por vir.
As águas do Guaíba invadiram ruas, casas, prédios históricos e o vento sul soprava-as para dentro da cidade.
A reação foi imediata. O voluntariado emocionou desde o 1º momento. Se jogou na água sem pensar que ela estava poluída, que tinha urina de ratos e que podiam contrair inúmeras doenças.
No supermercado, os carrinhos cheios anunciavam a disposição de socorrer os que perderam tudo direcionando aos locais onde milhares de marmitas eram elaboradas.
Cada um doou o que podia, pix pra lá e pra cá e muitos amorosamente contribuíram com a força do trabalho.
O som mais ouvido, da janela do 6º andar, onde eu estava, era dos helicópteros. A cada aterrissagem vidas estavam sendo salvas.
Eu fui a Florianópolis e de lá para minha cidade, para minha casa. Mas a enormidade do que afetou o Estado, não desapareceu. Vejo as pessoas se movimentando para arrecadar mantimentos e roupas e, quando a água começou a baixar, grupos se organizaram para ajudar na limpeza das casas atingidas.
Abaixo, algumas fotos da ação desenvolvida pelo grupo do Consulado do Sport Club Internacional de Cruz Alta.
O registro da calamidade continua a seguir assinado por Fabi Cortopassi.
Moro em Porto Alegre.
Muitas outras cidades do Estado foram afetadas, mas posso falar com propriedade apenas dos sentimentos que tenho em relação a esta cidade tão amada: Porto Alegre.
Nos últimos anos, reencontrei a minha cidade de nascença. Me apaixonei novamente pela cidade que tem o por do sol mais bonito do Brasil. A cidade que se reconectou com o Guaíba (lago, rio, lagoa… ??!!). Construiu quadras de esportes, pistas de corrida, passarelas e o anfiteatro por do sol à beira da água. Revitalizou os galpões do Porto, criando o Cais Embarcadero, complexo de lazer. Enfim, possibilitou que todos tivessem acesso à orla do Guaíba. Moramos no Sul. Então, temos épocas com muito frio e chuvas, mas é lindo de ver a orla cheia de gente feliz quando sai um solzinho.
Outra área que tem me encantado em Porto Alegre é o 4° Distrito. Muitos bares, com música ao vivo. Espaços grandes que antes eram fábricas. Casas antigas que abrigam bistrôs especiais e únicos. Assim como o espaço onde fica a Arena do Grêmio, que embora não seja meu time do coração, proporcionou visibilidade a uma área da cidade que só víamos da estrada. Inúmeras empresas se instalaram ali, uma vez que a mobilidade da mercadoria fica facilitada, pois foram construídos diversos acessos.
Agora, tudo isso foi devastado por esse desastre que aconteceu no Estado do Rio Grande do Sul.
A tristeza é imensa e não consigo controlar as lágrimas quando vejo os vídeos e os depoimentos que estão por toda a internet. Mas, ao mesmo tempo, me vem uma imensa felicidade com as demonstrações de carinho de todo o mundo. Neste momento, não há distinção entre as pessoas. Cor, sexo, raça, religião, partido, etc., não importam ou, a meu ver, não deveriam importar.
Para mim, qualquer ajuda é muito bem-vinda e aplaudida.
Esse post é para exaltar o Estado e, como diz o nosso hino: …”Mostremos valor, constância
Nesta ímpia e injusta guerra“.
O momento é de reconstrução, de ter esperança. É difícil. Muito difícil. Mas como ouvi esses dias, o gaúcho tem uma relação muito estreita com sua terra, suas raízes. E tenho certeza que ninguém vai descansar enquanto tudo não estiver melhor.
Mais do que nunca JUNTOS SOMOS MAIS FORTES.
Juntos nos amparamos, juntos choramos e, finalmente, juntos vamos reconstruir o Estado.
Fica aqui a lembrança de ótimos momentos e a certeza de que muitos outros virão.