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Vocabulário novo para novos tempos.

Coluna publicada no Diário Serrano (Jornal Cruz-altense), nos dias 28/29 de novembro de 2020.

A velocidade com que as coisas acontecem é surpreendente. O que pensávamos ontem, fazíamos ontem, e a linguagem que até ontem era “top”, usada por todos, começa a não fazer mais sentido.

A expressão “black friday” é o exemplo do momento. Marcas consagradas, grandes, internacionais ou nacionais usam a expressão normalmente. Só que, bandeiras se levantaram e as empresas ditas “grandes” e realmente são, vão ter que se adaptar ao novo vocabulário, as novas bandeiras.

Empresas como Vivo, Claro, Chevrolet, Renner e Globo, anunciaram a sua “black friday”.

Vetores de Imagem Gerada Digitalmente Da Frase Happy Days Em Letras  Multicoloridas Peculiares Com Um Contorno Preto Em Um Fundo Branco e mais  imagens de Abstrato - iStock

Outras como O Boticário, já estão usando um novo vocabulário para anunciar sua megaliquidação, Beauty week, por exemplo.

As Lojas Americanas estão usando “red friday”. A Melissa, “Happy Friday”. Aqui na cidade a Loja Lavanda também está usando o novo termo “happy days”.

Como estamos construindo nosso posicionamento novo diante de tudo, repensar se torna profundo, mas necessário.

Não é uma crítica aos empresários, a turma do marketing, pois o termo é usado a bastante tempo e já faz parte da cultura, ou melhor fazia. Eu mesma usei a expressão “black friday” nos meus stories, dez dias atrás. O termo está em toda a parte nesta época do ano. Pequenas e grandes empresas estão usando na divulgação de seus produtos nessa época do ano.

É um novo pensamento sobre tudo e faz muito sentido.

Para esclarecer: a origem do termo “black friday” não tem nada a ver com a venda de escravos nos EUA como já foi dito por aí. E não tem mesmo. O termo marca as superpromoções do dia seguinte ao feriado de Ação de Graças americano, não tem origem bem definida.

Uma história bastante difundida nos EUA afirma que a expressão era usada pela polícia da Filadélfia no início da década de 1990 para o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças, que abria a temporada de compras de Natal e lavava muitas pessoas às ruas. Causando aglomerações e congestionamentos nas ruas. Muitas empresas associaram o fato a falta dos empregados, que alegavam estarem doentes e não iam trabalhar na sexta-feira, após o feriado. (* Informações: instagram @patipontalti) Acho que, semelhante ao que fizemos aqui no Brasil, os ditos feriadões.

Outra história mais antiga e mais difícil de ser comprovada, associa o “black friday” também a uma crise financeira em 1869. Naquela sexta-feira, dois especuladores tentaram tomar o mercado do ouro e acabaram quebrando a bolsa de valores de Nova York. O dia ficou conhecido como “black friday”.

O certo é que o termo sempre esteve associado a algo nada positivo: confusão, crise, quebra, falta de trabalho, problemas pessoais.

Muitas vezes, se observarmos bem nosso vocabulário, ele está carregado de termos que, na realidade não traduz nossos sentimentos e nem nossas bandeiras. São termos que fazem parte da linguagem mas que devemos repensar, substituir, pois só assim começaremos a mudar os fatos, a cultura e ensinar melhor as crianças.

Quantas vezes usamos os termos lista negra, período negro, “a coisa tá preta”, “ovelha negra da família”, essa expressão faz parte até de uma música da Rita Lee.

Black friday gift box Royalty Free Vector Image
Imagem capturada da internet

A jornalista Patrícia Pontalti abriu a pauta, com todo o respeito, no seu perfil do instragram.

E eu, a deixo aberta aqui, vamos repensar nosso vocabulário. O que realmente tal expressão significa?

O uso do termo “black friday” pode ser repensado, não só pela área do marketing mas por todos nós.

E a tal da Inveja Branca?

A ideia do branco como algo positivo acaba reforçando a ideia do preto a comportamentos negativos.

Convido você leitor, a pensar sobre o assunto.

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Autor

Personal Stylist, Blogueira, Consultora de Imagem Pessoal e Corporativa

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